Padrão do consumo de álcool e suas consequências ao longo de 10 anos entre homens e mulheres idosos

CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool

Os pesquisadores buscaram responder as seguintes perguntas sobre o consumo de álcool entre pessoas idosas e no final da meia-idade: a taxa de abstinência aumentou ao longo de 10 anos para esta população? Os problemas e o nível de consumo de álcool diminuiu neste mesmo intervalo de tempo entre aqueles que continuaram a beber? Estas mudanças foram diferentes entre homens e mulheres? Quais fatores, no final da meia idade, foram os mais importantes para predizer o surgimento de problemas decorrentes do uso do álcool na velhice? Estes fatores eram diferentes para homens e mulheres? Outros fatores ocorridos durante a vida, como uso excessivo e prejudicial de álcool e busca de ajuda, foram importantes para explicar o surgimento de problemas decorrentes do uso de álcool na velhice?

Participou da pesquisa uma amostra de 1291 indivíduos (529 mulheres e 762 homens) que possuíam entre 55 e 65 anos de idade no início da investigação, havia buscado atendimento médico pelo menos uma vez nos últimos três anos e que relataram ter consumido algum tipo de bebida alcoólica pelo menos uma vez nos últimos 12 meses.

Todos responderam a um conjunto de questionários, depois de um, quatro e dez anos da data de início da pesquisa. As perguntas tiveram como foco levantar os problemas decorrentes do uso de álcool, seus problemas de saúde relacionados e as características de vida.

O consumo de bebidas alcoólicas foi medido através de um questionário adaptado do formulário sobre condições de vida e de saúde (Health and Daily Living Form – HDL) e, basicamente, os participantes responderam sobre a frequência e quantidade de consumo semanal de álcool (nunca, menos de uma vez, uma ou duas vezes, três ou quatro vezes, quase todos os dias) e sobre o consumo médio nos últimos 30 dias de vinho, cerveja, e bebida destilada. Os autores encontraram que durante os 10 anos durante os quais os sujeitos foram acompanhados, a proporção dos que se mantiveram consumindo bebidas alcoólicas diminuiu. Entre os que continuaram a beber, houve declínio na quantidade consumida de álcool e nos problemas decorrentes deste consumo. A proporção de redução foi semelhante entre homens e mulheres.

Quanto às características individuais associadas aos problemas decorrentes do uso de álcool na velhice, as mais importantes foram: quantidade média de consumo de álcool, fumar tabaco, ter amigos que aprovam o uso de álcool e adotar comportamento para lidar com situações de stress através de evitação de conflito. Acerca dos eventos ocorridos em algum momento da vida que mostraram associação com os problemas ligados ao consumo de álcool, os mais importantes foram: ter feito uso excessivo e prejudicial de álcool e ter aumentado o consumo de álcool em função de algum evento importante ocorrido na vida. Já os fatores protetores, que levaram a uma diminuição dos riscos de desenvolver problemas com a bebida foram: obter ajuda de membros da família e amigos, e, entre os homens, frequentar grupos de Alcoólicos Anônimos.

Os autores concluíram que homens e mulheres mostraram reduções semelhantes de consumo de bebidas alcoólicas e seus problemas relacionados. Fatores específicos presentes no final da meia-idade, estratégias de lidar com eventos estressantes e história de vida podem aumentar os riscos para o desenvolvimento de problemas ligados ao uso de álcool na velhice.

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