Amnésia Dissociativa

A amnésia sendo um fenômeno patológico, não pode ser confundida com esquecimento, pois ela é a incapacidade de recordar eventos e pode ser ocasionada por lesões na cabeça ou intoxicação alcoólica. A perda da memória é o principal aspecto, usualmente para eventos recentes importantes, graves o suficiente para serem tomados como simples esquecimento devendo ser comprovada a impossibilidade de uma causa orgânica como medicamentos ou problemas cerebrais. Costumam acontecer eventos pós-traumáticos como acidentes ou perdas inesperadas e na maioria das vezes o paciente sabe que perdeu parte da memória. Os adultos jovens, os adolescentes e as mulheres são os mais acometidos por esse problema. Em certos casos, psicoterapias podem também fazer com que o paciente se conscientize do que presenciou. Já a dissociação, é uma divisão na consciência que permite alguns pensamentos e comportamentos ocorram ao mesmo tempo que outros. É um mecanismo de defesa psicológico no qual a identidade, a memória, as idéias, os sentimentos ou as percepções são separados da percepção consciente e não podem ser recuperados ou vivenciados voluntariamente. Todo mundo dissocia ocasionalmente, um indivíduo pode vivenciar um conflito interno tão intolerável que a sua mente é forçada a separar as informações e os sentimentos incompatíveis ou inaceitáveis procedentes do pensamento consciente.

A amnésia dissociativa começa como uma reação a um estresse psicológico intolerável, acredita alguns psicólogos. As pessoas com amnésia podem ficar um tanto desorientadas e podem esquecer quem são, mas lembrarão como dirigir, contar e falar. As causas: a)Estresse (experiências traumáticas vivenciadas ou testemunhadas, situações de estresse importantes na vida ou conflitos internos graves); b) Abusos físicos: experiências sexuais ou situações emocionalmente avassaladoras, nas quais ocorre ameaça de lesão ou morte (p.ex., estupro, combate ou desastre naturais, como incêndios ou inundações); c) Morte: situações de maior estresse na vida incluem o abandono, a morte de um ente querido e a ruína financeira; d) Angústia: A preocupação gerada por impulsos de culpabilidade, as dificuldades aparentemente insolúveis ou o comportamento criminoso também podem acarretar a amnésia.  O sintoma mais comum de amnésia dissociativa é a perda da memória. Logo após de se tornar amnésico, o indivíduo pode parecer confuso. Muitos indivíduos amnésicos apresentam certo grau de depressão e a maioria se torna muito angustiado com a amnésia. Outros sintomas e preocupações dependem da importância das informações esquecidas e de sua conexão com os conflitos pessoais ou das conseqüências do comportamento esquecido. Para estabelecer o diagnóstico, o médico realiza um exame físico e neurológico, alguns ainda levam também para exames psiquiátricos. São realizados exames de sangue e de urina para se verificar a presença de alguma substância tóxica (p.ex., uma droga ilícita) que possa ser a responsável pela amnésia. Um eletroencefalograma é capaz de determinar se a causa é um distúrbio convulsivo e os testes psicológicos e neuropsicológicos especiais também ajudam o médico a caracterizar as experiências dissociativas do paciente.

É primordial uma atmosfera de apoio na qual o indivíduo sinta-se seguro, geralmente, apenas esta medida acarreta uma recuperação espontânea gradual das lembranças perdidas. Se a memória não for recuperada espontaneamente ou se a sua recuperação for urgente, as técnicas são freqüentemente bem eficazes como determinados medicamentos que facilitam a entrevista, o médico interroga o paciente sobre o seu passado. O médico e o psicólogo devem ter muito cuidado porque as circunstâncias que estimularam a perda de memória podem ser recuperadas no processo e isto pode ser muito perturbador. Não é possível supor que as recordações recuperadas por meio dessas técnicas sejam exatas. O tratamento contínuo ajudará o indivíduo a compreender o trauma ou os conflitos que causaram o distúrbio e a encontrar meios para solucioná-los. A maioria dos indivíduos recupera o que parece ser suas recordações perdidas e soluciona os conflitos responsáveis pela amnésia. Entretanto, alguns nunca conseguem romper as barreiras que impedem a reconstrução do seu passado perdido. O prognóstico é determinado em parte pelas circunstâncias da sua vida, particularmente o estresse e conflitos que provocaram a amnésia.

Autor: Jecely Teixeira – CRP 06/115303

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