Estresse pós trauma

Atualmente a violência urbana e a agressão interpessoal constituem ameaça à vida e à
integridade física dos seres humanos. Como conseqüê ncia dessa dura realidade, começa a se tornar freqüente uma resposta emocional das pessoas sob a forma de um quadro clínico
chamado Transtorno por Estresse Pós-Traumático, que é caracterizado por alterações
emocionais, que quanto mais hostil e/ou tenso for, maiores as probabilidades de problemas
emocionais.
Os eventos traumáticos são considerados diferentes daqueles eventos muito dolorosos que
constituem as vicissitudes normais da vida como divórcio, falha, rejeição, doença grave,
reveses financeiros e afins, e suas respostas psicológicas são mais intensas. Os eventos que chamamos de traumáticos são desastres naturais (terremoto, incêndios, etc.), violência urbana e doméstica, abuso moral, físico e sexual, acidentes com grave risco de vida, assalto e seqüestros.
Alguns tipos de eventos são mais traumáticos que outros. Em geral, a severidade dos sintomas é proporcional ao grau de risco da vítima, a sua sensibilidade afetiva e também pelo fato de desempenhar ou não atividades cotidianas estressantes: é o caso
de algumas profissões como bancários, policiais, políticos, entre outras.
O impacto do trauma e os intensos sentimentos imediatos provocados por ele, tais como,
medo, depressão, desespero, raiva, ansiedade, entre outros, provocam uma desorganização mental caracterizada pela incapacidade de conviver com as emoções e as lembranças traumáticas.
O Transtorno por Estresse Pós-Traumático, constitui uma resposta a uma situação de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica que poderia acontecer com qualquer pessoa. Fatores predisponentes, tais como certos traços de personalidade ou antecedentes emocionais, podem aumentar ou diminuir a tolerância individual para a ocorrência desta síndrome.
Uma avaliação precoce é valiosa para definir a necessidade e a forma de tratamento, pois
muitas vítimas de atentados podem desencadear este transtorno de forma mais branda até a mais severa. Além disso, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento e prevenção de problemas futuros.
Para indivíduos com Transtorno do Estresse Pós-Traumático não tratados, o evento traumático permanece, algumas vezes por décadas ou a vida toda. Trata-se de uma experiência psicológica dominante que evoca pânico, terror, pavor, apreensão, aflição ou desespero, manifestos em fantasias diurnas, pesadelos traumáticos e reconstituições psicóticas conhecidas como flashbacks do transtorno.
Em sua manifestação mais extrema, o indivíduo tem medo de sair de casa, por temor de se
confrontar com lembranças do(s) evento(s) traumático(s).
O tratamento é fundamental pois o indivíduo sente seu futuro desolador, turvo, e sem
perspectivas comprometendo assim, sua qualidade de vida e de trabalho. Por isso é cada vez maior a procura por tratamentos especializados para o Estresse Pós Traumático.
Quadro Clínico do Transtorno por Estresse Pós-Traumático
Sintomas
  • 1. Tensão no corpo – 95%
  • 2. Mal estar em situações que recordam o trauma – 90%
  • 3. Sentimentos depressivos – 90%
  • 4. Freqüentes mudanças de humor – 90%
  • 5. Dificuldades para conciliar ou manter o sono – 88%
  • 6. Sobressaltos com ruídos ou movimentos imprevistos – 88%
  • 7. Se irrita ou enfada com mais facilidade – 82%
  • 8. Tendência ao isolamento – 81%
  • 9. Sonhos desagradáveis ou pesadelos sobre o acidente – 69%
  • 10. Sentimentos de culpa, auto-acusações – 39%
Autor: Dorit Wallach Verea
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