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Bipolaridade tem cura? A resistência do bipolar em se tratar

O Transtorno Afetivo Bipolar é um sério problema de saúde mental que atinge cerca de 8% da população mundial e possui números elevados aqui no Brasil.
Caracterizado pela alternância entre períodos de euforia e períodos depressivos, ele é uma das principais causas de suicídio no mundo e precisa de tratamento multidisciplinar.
Mas, apesar disso, grande parte das pessoas que sofrem com este mal sequer sabem que o possuem. De fato, a maior parte dos pacientes com transtorno bipolar leva até 10 anos para descobrir a doença e, quando isso acontece, ainda resistem a procurar tratamento.
A bipolaridade possui sintomas muito característicos de outros problemas mentais como depressão e a ansiedade, dificultando o diagnóstico que, na maioria das vezes, é feito de forma errônea por parte dos profissionais de saúde.
E, quando se diagnostica corretamente, grande parte dos pacientes já aprendeu a conviver com o problema e não acha que possua algo que requeira tratamento, o que é uma conduta extremamente perigosa, pois só o tratamento adequado pode garantir uma vida normal a quem sofre com bipolaridade.
Este tratamento, inclusive, dura a vida inteira. É exatamente sobre este assunto que falaremos no próximo tópico.

Bipolaridade tem cura?

Ao todo, existem 4 tipos de bipolaridade:

  1. O Transtorno Bipolar Tipo 1, caracterizado por períodos de mania que duram, no mínimo, 7 dias e fases depressivas que podem se estender por duas semanas a até vários meses;
  2. O Transtorno Bipolar Tipo 2, em que há uma alternância entre momentos de depressão e de hipomania;
  3. O Transtorno Bipolar não especificado ou misto, com sintomas que sugerem a bipolaridade, mas não se encaixam nas alternativas anteriores;
  4. E o Transtorno Bipolar Ciclotímico, tipo mais leve de todos, com sintomas brandos em ambos os períodos.

Nenhum destes tipos tem cura, sendo necessário um tratamento durante toda a vida do paciente para garantir que os sintomas não tragam tantos prejuízos e ele consiga desempenhar as suas atividades normalmente.
O tratamento, por sua vez, é multidisciplinar e precisa ser seguido à risca para que seja eficiente, como veremos a seguir.

O tratamento

O tratamento do transtorno bipolar alia medicamentos, terapia e mudanças no estilo de vida, visando a proporcionar uma abordagem multidisciplinar que trabalhe o paciente como um todo e lhe garanta uma vida normal.
Entre as mudanças exigidas estão o fim do consumo de substâncias psicoativas, como cafeína, álcool, anfetamina, cocaína e outras drogas ilícitas, a busca por uma alimentação mais saudável, a prática de atividades físicas e a diminuição dos níveis de estresse.
Os medicamentos são prescritos com base no tipo de bipolaridade de cada paciente e a terapia visa a trabalhar as dificuldades impostas pela doença e como o paciente pode superá-las.
Assim, aliando medicamentos, a uma vida saudável e suporte terapêutico, o tratamento para o transtorno bipolar consegue oferecer uma vida normal ao paciente. O grande problema é que, mesmo assim, muitas pessoas resistem a procurar tratamento.

A resistência do bipolar e como convencê-lo a se tratar

A dificuldade em se chegar a um diagnóstico e os sintomas mais brandos de alguns dos tipos de bipolaridade acabam fazendo com que boa parte das pessoas que sofrem com o problema resistam a procurar tratamento.
Isso ainda é agravado pelo fato de que as pessoas que sofrem com transtorno bipolar, boa parte das vezes, não veem problemas em seus comportamentos inadequados, reforçando a ideia de que elas não há algo a ser tratado.
Isso é extremamente perigoso, pois os sintomas da bipolaridade são bastante imprevisíveis e podem causar sérios danos à vida do indivíduo, podendo, inclusive, levar ao suicídio nos períodos depressivos e a comportamentos perigosos nos períodos de mania.
Por isso, é preciso que os familiares procurem fazer os indivíduos que sofrem com a bipolaridade enxergarem que sim, que há algo de errado com eles e que o tratamento é necessário.

Tratamento psiquiátrico (Hospital Dia) intensivo e tratamento psiquiátrico com internação: veja as diferenças

Existem algumas doenças que exigem um tratamento diferenciado e em um ambiente especial. O tratamento precisa ser realizado em um local que ofereça o suporte necessário para um restabelecimento o mais breve possível.

Um desses casos são as doenças relacionadas à psiquiatria, transtornos ou distúrbios psicológicos.

A psiquiatria trabalha com tudo que está relacionado ao sofrimento mental, envolvendo seu diagnóstico, prevenção, tratamento, entre outros. São exemplos de doenças relacionadas ao sofrimento mental:

  • Depressão;
  • Transtorno bipolar;
  • Esquizofrenia;
  • Ansiedade;
  • Demência.

Tratamento psiquiátrico intensivo sem a necessidade de internação

O fato de não haver internação não significa que os resultados serão menores ou insatisfatórios.  Tratamentos que não precisam de internação são indicados para casos mais leves, em que o paciente ainda tenha controle e possa cuidar de si em casa sem que isso prejudique o resultado do tratamento.

No caso de tratamento intensivo sem internação, o paciente faz todo o acompanhamento na clínica ou instituição de saúde e pode voltar para casa no final da tarde, levar uma vida normal, conviver com outras pessoas sem oferecer nenhum risco a elas e nem causar danos a si mesmo.

As pessoas que recebem esse tipo de tratamento precisam ter consciência da sua importância e ter disciplina para segui-lo corretamente, respeitando os horários das medicações e mantendo a agenda sugerida para ela, com consultas, sessões de terapia, etc.

O tempo de tratamento é de aproximadamente 30 dias. Ele é indicado para pessoas maiores de 18 anos, portadoras de males como depressão, transtorno de ansiedade, transtornos de humor e quadros psicóticos.

Aqueles que já passaram pelo tratamento com internação e agora só precisam fazer um acompanhamento de rotina também são público-alvo desta modalidade, também conhecida como Hospital Dia. Sua principal vantagem é não privar o paciente do convívio familiar.

Tratamento psiquiátrico com internação

A internação psiquiátrica é necessária em casos graves, quando o paciente não tem condições de realizar o tratamento em regime ambulatorial. Isso ocorre quando o indivíduo começa a perder sua liberdade e autonomia, não conseguindo mais manter sua qualidade de vida por conta do distúrbio mental.

Ela também indicada em casos nos quais o indivíduo se torna uma ameaça para si mesmo e para a sociedade. Seu objetivo é tratar o paciente, cuidar do seu bem-estar psíquico e reinseri-lo na sociedade para que ele volte a ter uma vida normal.

Dependendo do grau, tipo de doença e a relação que a pessoa tenha com a doença, a internação pode acontecer de 3 formas diferentes:

  • Internação involuntária: é solicitada por alguém da família e acontece contra a vontade suposto paciente.
  • Internação voluntária: acontece de forma voluntária, espontaneamente. O indivíduo toma a decisão de se internar.
  • Internação compulsória: é solicitada pelo juiz e nem mesmo a família pode intervir nessa decisão.

Uma das vantagens do tratamento com internação é que o paciente receberá acompanhamento médico o tempo todo, o que geralmente colabora para um rápido restabelecimento, pois o tratamento e a medicação serão feitos de forma correta e no tempo certo.

Só uma avaliação profissional pode dizer qual o tipo de internação é necessário para cada pessoa, pois o diagnóstico final dependerá de muitos fatores. Procure seu médico e converse com ele a respeito