Alcoolismo em mulheres

O consumo abusivo e/ou a dependência do álcool traz, reconhecidamente, inúmeras repercussões negativas sobre a saúde física, psíquica e social da mulher, assim como um maior risco relativo ao suicídio e acidentes fatais entre aquelas que consumem acima de três doses diárias de bebidas alcoólicas.

De forma ampla, as mulheres enfrentam uma série de barreiras para chegar e permanecer no tratamento, seja estruturais (falta de creche e ajuda legal), pessoais (falta de emprego e dependência financeira) e/ou sociais (estigma social e oposição do companheiro)

Ao avaliar os relatos de problemas associados ao álcool entre as mulheres, observa-se que mesmo que o consumo de álcool seja realmente menor entre elas, seu impacto pode ser maior que entre os homens. Entretanto, a identificação do alcoolismo feminino em atendimentos primários de saúde ainda é deficiente e pouco valorizada. Muitos médicos, apesar de evidências clínicas, por questões “morais” não perguntam a respeito do padrão de uso do álcool das mulheres.

Até algumas décadas atrás, o início e o aumento do consumo de álcool entre as mulheres era, em geral, mais tardio. Hoje o consumo está cada vez mais próximo ao padrão masculino.

Atualmente, o perfil é o de uma mulher de 18 a 25 anos, e que bebe ou começa a beber pelas suas relações sociais ou profissionais.

O problema a destacar é que a mulher é muito mais susceptível aos efeitos nocivos do álcool. Tomando a mesma quantidade, o álcool prejudica mais a mulher do que o homem e a sua toxidade mostra-se não só no fígado como igualmente nos outros órgãos.

O que se mantém é ocorrência de maior prevalência de transtornos depressivos, de ansiedade, além de abuso de barbitúricos, analgésicos e tranqüilizantes. Muitas mulheres alcoolistas comportam-se como se estivessem praticando auto-medicação, pois obtêm através do álcool uma sensação, de poder e de liberdade além de alívio de tensões.

É importante saber que muitos bebês com anormalidades neonatais são filhos de mães alcoolistas. O risco de uma mulher alcoolista ter um filho com anormalidades no desenvolvimento físico e mental aproxima-se de 35%. O problema é que não é incomum a mulher dependente de álcool deixar temporariamente de menstruar e só perceber que está grávida quando sente os movimentos da criança.

Este problema diz respeito a todos.

Como forma de enfrentar essas questão complexa e multifacetada vem-se propondo o desenvolvimento de programas específicos para mulheres. Isto significa desenvolver e implementar estratégias integradas que sejam particulares e responsivas às necessidades do gênero feminino.

Autor: Dorit Wallach Verea

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